Apêndice – Ladainha das invocações a Nossa Senhora
Apêndice:
Ladainha de invocações
a
Nossa Senhora
Introdução
Extratos de conferências dos anos 1984, 1987 e 1989,
publicadas na “Dr. Plinio”, nº 2, maio de 1998,
seção “Gesta marial de um varão católico”, pp. 4-7
Um achado providencial
Dr. Plinio relata como se tornou escravo de Maria
No meu tempo de menino, por vezes eu pensava no Céu. Tais cogitações estavam intimamente relacionadas com aquela graça a mim concedida por Nossa Senhora Auxiliadora, num difícil período de minha infância (cf. artigo “Salvai-me Rainha”, no 1º número desta revista). De fato, essa especial manifestação da misericórdia de Maria para comigo, me fez compreender o papel da bondade dEla na existência humana. Daí nasceu em minha alma o intenso desejo de me unir a Ela, espiritualmente, até o fim de minha vida.
Como será o Céu?
Então, imaginava eu o seguinte: “No Céu, Nossa Senhora é Rainha Mãe. Ora, os reis e as rainhas da Terra têm cada um sua corte. Portanto, no Céu há de existir também, numa situação cercada de honra, de respeito, embora um pouco colateral, a corte da Rainha Mãe. Esta corte deve ser um tanto secundária, pois não é a que adora diretamente a Deus, senão por meio de Nossa Senhora. Além disso, ela deve ser constituída de almas menos importantes, assim como a corte de uma rainha mãe é composta de cortesãos, digamos, de segundo nível. Seja como for, eu, indo para o Céu, quero fazer parte da corte da Rainha Mãe. De momento não sei dizer por que, mas tenho certeza de que passarei minha eternidade entre os cortesãos da Virgem Santíssima. Quem sabe quando eu ficar mais velho encontre explicação para isso…”
Entretanto, a ideia da Rainha Mãe de tal maneira se desenvolveu que, sem eu me dar conta, a metáfora ficou ultrapassada. Compreendi que Nossa Senhora era muito mais do que uma rainha mãe. A comparação se verificara primitiva, contendo apenas uma semelhança com a realidade, e não uma efetiva analogia.
Essa constatação tornou-se mais viva no meu espírito quando, já então homem de 22 anos, li o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, de S. Luís Grignion de Montfort. À medida em que percorria aquelas páginas, com transportes de entusiasmo fui tomando conhecimento da admirável doutrina nelas exposta. Fazia-o na concordância eufórica de minha alma, de modo que cada linha era uma nova razão de arroubamento, mas, ao mesmo tempo, era como se eu já tivesse pensado tudo aquilo.
Intercessão de S. Teresinha
Uma circunstância banal esteve na origem da leitura que fiz desse livro. Era eu muito devoto, e ainda sou, de S. Teresinha do Menino Jesus. Em condições particularmente delicadas, li a Histoire d’une âme (História de uma alma) – a autobiografia da sua vida espiritual – e fiquei profundamente impressionado. Compreendi que eu devia fazer algum progresso na minha própria vida espiritual, sem entretanto saber bem qual era. Encontrava-me numa fase em que já tinha realizado alguns avanços, e não podia ficar estagnado. Ir para a frente era-me imperioso, pois constituía para mim uma necessidade de alma.
Sabendo eu que, pela intercessão de S. Teresinha, obtinha-se grande número de graças no mundo inteiro, resolvi pedir-lhe duas de que eu mais carecia.
A primeira, que me fizesse encontrar um bom livro, desses cuja leitura enriquece o espírito e marca uma vida.
Em segundo lugar, pedi a S. Teresinha algo muito diferente: ganhar na loteria… O bilhete que eu comprara oferecia um prêmio máximo de 400 contos. Para a época, esse montante correspondia a um excelente patrimônio, com o qual eu poderia levar uma vida tranquila dentro dos meus padrões.
Qual a razão de pedir esse dinheiro? É que eu não queria ter preocupações profissionais, a fim de dedicar todo o meu tempo ao apostolado católico em que estava empenhado.
Bem, quanto aos 400 contos, ainda os estou esperando… Não chegaram. O livro, porém, pouco depois o encontrei.
Na Rua Martim Francisco, em São Paulo, erguem-se alguns edifícios dependentes da Igreja do Coração de Maria. Num desses prédios abre-se uma porta pela qual, outrora, se tinha acesso ao interior do convento dos padres claretianos, bem como para a livraria que eles ali possuíam.
Quantas e quantas vezes, passando diante daquela porta, tenho agradecido a Nossa Senhora! Olho aquela entrada com amor, porque tem relação próxima com um grande acontecimento de minha vida, ao qual estimo como algo presente no centro do meu coração. Mais do que isso, eu só quero o meu Batismo e a minha Primeira Comunhão.
O encontro com o Tratado
De fato, foi visitando essa livraria que encontrei um pequeno livro, escrito em francês, impresso de modo muito agradável, em caracteres pretos e vermelhos. Seu autor me era desconhecido: Bienhereux Louis Marie Grignion de Montfort. Um bem-aventurado…
“Mas, o que dirá esse livro? ‘Traité de la Vraie Dévotion à la Sainte Vierge’ – Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. Quem sabe não é o livro suscitado por S. Teresinha?”
Coloquei-o de lado e passei a examinar outros, para ver se mais algum me interessava. Encontrei um do qual também não tinha ouvido falar, e fiquei na dúvida se levava este ou aquele. Na incerteza da escolha, folheei novamente o Tratado, achando-o muito bem impresso, atraente e agradável de ler. O outro, um calhamaço feio e indigesto. Enfim, por esta simples razão – pensava eu, sem perceber que S. Teresinha estava guiando o meu braço – optei pelo Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. Mandei embrulhar e fui embora.
Ao chegar a casa, desembrulhei o pacote, sentei-me e comecei a ler. Logo percebi que tinha encontrado o livro de minha vida! Até então, não fazia ideia de que um livro pudesse exercer sobre mim o efeito que esse exerceu.
Seguindo um antigo hábito, não iniciei a leitura a partir da primeira página, mas abri o Tratado em qualquer lugar, do meio para o fim. Achava eu que um livro tornava-se bem mais interessante quando havia alguma coisa nele para se adivinhar. Então, lendo-o do meio para o fim adivinha-se como é o começo. Depois o leitor confere se, de fato, o início corresponde ao que dele se imaginou. Sempre me agradou agir dessa maneira em relação aos livros que eu lia.
Com o Tratado, porém, foi diferente. Ao folhear duas ou três páginas, pensei: “Este livro é diferente de qualquer outro, não se pode ler assim. Tem de ser desde o começo, porque é de alto quilate! É absolutamente o que eu queria!”
Foi uma leitura demorada, porque feita muito devagar. O Tratado devia ser estudado ponto por ponto, como se faz com um difícil livro de faculdade. E assim procedi: relacionei pontos, tomei notas, e cheguei até a compor uma ladainha de invocações a Nossa Senhora, sugeridas pelo texto de S. Luís Grignion.
É um portento de livro, baseado no que há de melhor em matéria de Teologia, aprofundando largamente, e com elevadas vistas, a doutrina sobre Nossa Senhora. De maneira que o leitor adquire uma boa noção a respeito das excelências de Maria Santíssima, do que Deus teve em vista criando-A, do papel da santidade dEla e de sua perfeição de alma na vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, bem como no plano da Redenção, no Colégio Apostólico e na Santa Igreja, por todos os séculos.
Assim, cada vez mais encantado, fui percorrendo e estudando ponto por ponto o Tratado da Verdadeira Devoção.
O Reino de Maria
Em certo momento, percebi que o livro cintilava labaredas a propósito de um assunto que nunca tinha visto ninguém tratar, e que me interessava no mais alto grau: o Reino de Maria. Logo compreendi que esse Reino era a meta para onde minha alma e todo o meu ser voavam!
Entusiasmou-me sobremaneira a descrição que faz S. Luís da perfeição e do auge de santidade que as almas atingirão nessa era marial. Mais do que tudo, arrebatou-me a ideia da necessidade da Sagrada Escravidão de amor a Nossa Senhora, para agradá-La e entregar a Ela tudo quanto alguém Lhe possa dar.
Escravidão?
Lembro-me de que, numa primeira vista, a palavra escravidão chocou-me um pouco. Como assim, escravidão? Que explicação tem isso? Mas, para Nossa Senhora… É o que Ela quiser! É uma honra para mim servi-La, ser escravo dEla!
Ademais, essa devoção era ensinada por um grande santo, uma alma de fogo, com um espírito lógico e inteligentíssimo, e com uma vontade incendiada de energia, como eu não vira semelhante. Então pensei: “Eu vou com Nossa Senhora, mas também com S. Luís, até onde eles forem!”
Assim, minha alma saiu dessa leitura guarnecida por novas ideias, noções e doutrinas. A primeira, sobre a misericórdia insondável de Nossa Senhora e, portanto, a confiança sem limites que nEla se deveria ter. Em segundo lugar, o amor materno dEla para com todos, e também para comigo, individualmente; como, por participação profética, Ela conheceu a qualquer um que anda pela rua, discerniu todas as almas que viriam ao mundo, amou-as, quis salvá-las, e se ofereceu por todas. Enfim, é a Co-Redentora do gênero humano.
Em terceiro lugar, o Reino de Maria. Como seria esse reino e os combatentes que Nossa Senhora haveria de suscitar para implantá-lo na Terra. Além disso, outra vista profética para o fim do mundo: último declínio e Cristo Nosso Senhor que vem julgar os vivos e os mortos.
Terminado o livro, não tive um minuto de vacilação: “Eu vou me consagrar como escravo de amor a Nossa Senhora.” Entretanto, não houve um momento em que eu pudesse dizer que resolvi. À medida em que lia, fui resolvendo. A cada passo, eu dizia um entusiasmado “sim”.
No fim do Tratado se acham as orações que antecedem o Ato de Consagração a Nossa Senhora. São trinta e três dias – 12 dias e mais três semanas de longa preparação. Nos primeiros doze dias deve-se rezar o Veni Creator Spiritus e o Ave Maris Stella. No final das três semanas, o Ato de Consagração.
Sempre fui adepto de um princípio que meu pai costumava traduzir num velho ditado português: “Boa romaria faz quem em casa fica em paz.” Assim, teria sido mais solene e mais belo fazer minha Consagração, por exemplo, diante da Imagem de Nossa Senhora Auxiliadora, na Igreja do Coração de Jesus. Confesso que tal ideia nem me passou pela cabeça. No dia em que terminei a preparação, ajoelhei-me no meu escritório, apoiado numa escrivaninha. Diante de uma imagem da Virgem Santíssima, rezei o Veni Creator, o Ave Maris Stella, e, por fim, o Ato de Consagração, tornando-me escravo de Nossa Senhora. Resolvi repeti-lo todos os dias de minha vida. Graças a Ela, não deixei de fazê-lo, nenhuma vez.
Um propósito para toda a vida
Tomei, ainda, a deliberação de nunca fazer a Nosso Senhor Jesus Cristo uma oração, a não ser por intermédio de Nossa Senhora. Na Comunhão, por exemplo, imediatamente depois de receber a Sagrada Partícula, a primeira oração que faço é a Nossa Senhora – e por meio dEla ao Sagrado Coração de Jesus – pedindo-Lhe a graça de, em todos os dias de minha vida, ser sempre mais fiel na devoção a Ela, ensinada por S. Luís Maria Grignion de Montfort.
Outro costume que passei a adotar, depois da leitura do Tratado, foi o de rezar a Nossa Senhora, ao som das badaladas da meia-noite, uma jaculatória adaptada do Te Deum: “Dignare, Domine, die isto sine peccato nos custodire.” O que significa: “Dignai-Vos, Senhor, proteger-nos, de maneira que passemos sem pecado este dia que começa.” A oração é feita a Deus, mas eu a digo por meio de Maria, pedindo-Lhe que reze por mim, por saber que a minha oração não chega a Deus se não houver a intenção, pelo menos implícita, de a fazer por meio dEla. Se assim é, mais vale a pena fazê-lo explicitamente. Por isso, sempre me ponho diante de Nossa Senhora e Lhe rogo que apresente a Deus minhas súplicas.
São essas algumas das inestimáveis graças que me vieram a partir da leitura do Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem.
***
A “ladainha de invocações a Nossa Senhora, sugeridas pelo texto de S. Luís Grignion”, Dr. Plinio a rezou durante bom tempo. Depois guardou-a entre seus numerosos papeis de estudo pessoais. No decorrer dos anos, esqueceu-se desse pormenor e a deu como perdida. Quantos conviveram na intimidade com o Autor, sabiam da existência dessa oração, por ter ele narrado, em várias ocasiões, como a compusera no começo de sua atuação no Movimento Católico. No entanto, todos a julgavam, com tristeza, perdida para sempre. É esse o motivo de ela não ter sido publicada no I volume da coleção, na ordem cronológica devida.
Passaram-se os lustros e, na década de 80, alguns amigos próximos tomaram a iniciativa de microfilmar seu acervo particular, a fim de preservá-lo para a posteridade. Numa pesquisa recente em ditos microfilmes, ela foi encontrada fortuitamente, tornando possível sua publicação no presente volume da Opera Omnia.
Ao analisar os fotogramas, é possível contemplar as pequenas páginas anotadas pelo Autor – a maior parte à máquina, apenas cinco manuscritas –, com as marcas do desgaste decorrente do uso assíduo.
Devido ao estado de degradação de algumas páginas – sobretudo as primeiras e as últimas (ver imagens nas páginas 406 e 439) –, perderam-se alguns trechos que era necessário reconstituir. Essas lacunas têm sua origem em diversos fatores: rasuras, manchas, dobras, rasgos, cortes, furos (elas foram perfuradas, certamente no intuito de serem agrupadas para mais fácil manuseio). Para sanar essas falhas, fizeram-se na presente edição inclusões entre colchetes [ ], de acordo com os seguintes critérios:
a) O Tratado da Verdadeira Devoção possui um sistema de números progressivos, correspondente à sucessão das ideias. O Autor serviu-se deles, indicando-os no final de cada jaculatória. Isso possibilitou a localização de cada ponto citado e a posterior recomposição da jaculatória, conforme o contexto. Para tal, recorreu-se a duas edições: Librairie Mariale, Pontchâteau, 1930; Vozes, Petrópolis, 2000.
b) Os trechos ininteligíveis foram recompostos levando-se em conta o número de letras que compõem as palavras ou frases deterioradas, tendo-se sempre como base a edição francesa mencionada.
c) Em algumas das jaculatórias, o número do tópico era ininteligível. Os atuais recursos informáticos de pesquisa, a partir das frases do Autor, tornaram possível descobrir esses números.
d) Para melhor compreensão de algumas partes, foi preciso, em alguns poucos casos, omitir uma ou mais palavras. Ditas omissões, indicadas por uma seta “↓”, encontram-se em notas de rodapé.
e) Na composição da ladainha, o Autor empregou uma característica típica de seus escritos pessoais: as abreviações. Para facilidade de compreensão, todas as palavras abreviadas foram colocadas por extenso no presente trabalho.
Eis alguns exemplos de abreviaturas: “de qm”: de quem; “1 especial”: um especial; “1 época”: uma época; “ptto”: portanto; “1000”: mil; “N.S.J.C.”: Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ladainha de invocações a
Nossa Senhora1
Grandezas de Maria
– [de] quem o Padre Eterno quis depender, fazendo nascer de Vós o Divino Filho, e pedindo para isto o vosso consentimento, 140;
– de quem o Padre Eterno quis depender, fazendo sempre por vosso intermédio a distribuição de suas graças, 140;
– ↓ [em] quem Deus Se [glori]ficou [ao] ↓2 revelar seu esplendor, ocultando-o às outras criaturas, 18;
– em cujo seio [o Filho] Divino Se glorificou [ao] aprisionar-Se voluntaria[mente], 18;
– que merecestes [que o] Filho de Deus manife[stasse sua for]ça, deixando[-se levar por Vós], 18;
– por quem Nosso Senhor Se deixou conter e guiar perfeitamente, e por quem, [perfeitamente], também nós nos devemos deixar conter e guiar,157;
– que sois o vas honorabile3 que conteve o próprio Deus, 178;
– que, como vas honorabile, sois o trono dos maiores príncipes da eternidade, 178;
– que sois o Paraíso [no] qual Ele encontra toda a sua glória em Se achar [consta]ntemente, 261;
– que, como Mãe de Nosso Senhor, sois a Rainha [do Céu] e da Terra, 38;
– que sois o molde [em que] Se formou naturalmente [e] divinamente Nosso Senhor Jesus Cristo, 220;
– cujo Filho, em Vós, [na Encarn]ação, aplacou a ira [do Padre Et]erno, [recuperou a glória] que o pecado lhe [tinha] roubado, e glorificou o Padre Eterno como nunca fora glorificado, 248;
– em quem Nosso Senhor, durante a Encarnação, operou tais maravilhas, que nem os Anjos as compreendem; e que, por isto sois chamada pelos Santos a magnificência de Deus, como se Deus não fosse magnífico senão por Vós, 248;
– que sois, em virtude do último e penúltimo números, o Trono de glória do Padre Eterno, 248;
– de quem o B. Grignion diz [que Nosso Senhor] viveu só 33 anos, mas viveu mais do que Adão, porque [bem] viveu submetido a [Nossa Senhora para] obedecer ao Padre Eterno, 156;
– de quem o Divino Espírito Santo quis depender para formar todos os [membros] do Cristo Místico4, 140;
– que sois a criatura que teve maior Fé neste mundo, 214;
– que tivestes mais Fé do que todos os Patriarcas, Apóstolos e Profetas juntos, 214;
– que, por isto, sois a conservadora da Fé da Santa Igreja, 214;
– que, por isto, dais a vossos escravos uma Fé puríssima, indiferente ao aspecto sensível, 214;
– que os Santos declararam ter uma caridade incomensurável, e maior do que toda a terra, 7;
– que sois a criatura mais unida a Nosso Senhor, 63;
– cuja humildade é um dos mais tocantes prodígios [da] graça, 3, 4;
– que os Santos declararam ter um poder de extensão incompreensível, até sobre o próprio Deus, 7;
– que os Santos declararam possuir um abismo de virtudes, cuja profundeza ninguém poderia sondar, 7;
– que fostes chamada Maria, porque sois um mar [de] graças, 23;
– cujas virtudes têm um aroma que embalsama os próprios Anjos5, 261;
– cujas intenções [inconcebi]velmente puras davam [mais] glória a Deus, do que to[das] as criaturas juntas, 222;
– cujas menores ações, [como] por exemplo, dar um ponto de agulha, deram mais glória a Deus, Nosso Senhor, do que, por exemplo, o [tre]mendo martírio de S. Lourenço, e todos os Santos com [suas] ações as mais heroicas, martírios, etc., 222;
– a quem toda a criação homenageia incessantemente, 8;
– a quem todos os Anjos dizem incessantemente “Sancta, Sancta, Sancta Maria Dei Genitrix et Virgo”6, 8;
– de quem os Santos dizem que nunca fostes suficientemente servida e honrada, 10;
– a quem os Anjos dizem milhões de vezes por dia “Ave Maria”, 8;
– a quem os Anjos se têm por honrados e [apressados] em servir, correndo em auxí[lio] de vossos fiéis, 8;
Vantagens da devoção a Maria
– cuja devoção, consistindo em, por humildade, nos servirmos sempre de Vós como intermediária junto a Nosso Senhor, nos proporciona o sermos mais facilmente ouvidos, porque a Nosso Senhor agradam os corações contritos e humilhados, 143;
– de quem S. Bernardo dizia que não há dom algum, esperança alguma, graça alguma, que não venha de Vós, 141;
– de quem, até à consumação dos séculos, virão as graças a serem distribuídas aos homens, 198;
– de quem S. Bernardo dizia que nos devemos sempre servir como Intermediária junto a Nosso Senhor, a menos que queiramos ser rejeitados, 149;
– que sois um cofre em que estão depositadas, para os homens, todas as glórias e riquezas de Deus, 196;
– que sois tão necessária às criaturas, que elas sem Vós podem dizer como S. Pedro: “Per totam noctem laborantes, nihil cepimus”7, 218;
– que, quando trabalhais com vossos escravos, eles trabalham de dia e não de noite, porque em Vós não há noite, nem trevas, e vossos escravos pescam muito, 218;
– que dais a felicidade aos que se abandonam, confiam e perdem em Vós, 179;
– a quem se aplica em sentido espiritual a frase ↓ [dos Salmos]: “Senectus mea in misericordia uberi”8, porque é na misericórdia de vosso seio, em que Se encarnou o Verbo, que vossos devotos, posto que ainda jovens, adquirem as luzes, a santidade, a experiência e a sabedoria próprias aos velhos, de forma a atingir em poucos anos a plenitude da idade de Nosso Senhor Jesus Cristo, 156;
– que sois nossa ligação junto à Vinha Divina, de que[m] somos ramos, 68;
– que nos obtendes o sermos a boa terra em que o Divino Lavrador colhe o trintuplo ou mais do que semeou, 68;
– que sois nossa ligação junto ao Pastor Divino, que multiplica e dá a vida por suas ovelhas, 68;
– que sois nossa Medianeira imensamente acessível, 88;
– que sois uma Advogada tão Industriosa, que conheceis todos os segredos necessários para conquistar o Sagrado Coração de Nosso Senhor, 150;
– a quem Deus, Nosso Senhor, nunca recusou coisa alguma, 85;
– que sois uma Advogada tão Misericordiosa, que a ninguém recusais, por pior que seja, 150;
– cujos devotos conseguem ser humildes, imitando-Vos a Vós, cuja glória é toda interior, 196;
– que podeis mostrar-nos claramente nossa incapacidade para todo o bem, 79;
– que podeis mostrar-nos claramente nossa constante inconstância, 79;
– que podeis mostrar-nos claramente nossa indignidade de qualquer graça, 79;
– que podeis mostrar-nos claramente quanto nos corrompeu a culpa original, 79;
– que podeis mostrar-nos claramente quanto nos enfraqueceram os nossos próprios pecados mortais ou veniais, ainda que perdoados, 79;
– que podeis mostrar-nos claramente quantos males tais pecados deixam em nossas almas, 79;
– que isentais nossas ações de todos os seus apegos naturais e todas as manifestações de amor próprio, 146;
– cujos devotos encaram como brincadeiras de criança todas as coisas, quando comparadas à obra de seu aperfeiçoamento interno, 196;
Nossa Senhora é a salvação das almas
– que fostes designada pelo Padre Eterno, para habitar nas almas, 37;
– que, portanto, tendes, por ordem divina, um especial domínio sobre as almas, 37;
– que recebestes do Padre Eterno sua própria fecundidade para produzir o Corpo do Filho de Deus, e seu Corpo místico, 17;
– que sois o único caminho pelo qual o Altíssimo desceu aos pequeníssimos, e que, portanto, deveis ser o caminho pelo qual os pequeníssimos podem subir ao Altíssimo, 157;
– que fostes a Intermediária para receber Nosso Senhor, porque o mundo era indigno disto, 16;
– por cujo intermédio Nosso Senhor veio a nós sem Se diminuir, e que, portanto, sois nosso caminho para chegar a Ele, sem O diminuir, 157;
– que sois o caminho fácil para ir a Nosso Senhor, porque sois o caminho cheio de plenitude da graça e unção do Espírito Santo, 168;
– que sois indispensável para o nascimento do Jesus místico, de quem sois a Mãe, 17, 37;
– que sois o Paraíso no qual se encontra a verdadeira árvore da vida, que carregou Nosso Senhor como fruto, 261;
– cujo seio é o Paraíso em que as almas são formadas em Nosso Senhor, porque os Padres a chamam a sala dos sacramentos divinos9, e foi nele que Nosso Senhor Jesus Cristo e todos os eleitos foram formados, 264;
– que, como Esposa do Divino Espírito Santo, com Ele produzis o Filho nas almas, 18, 25;
– de quem o Espírito Santo quis depender para formar os membros do Cristo Místico, 140;
– que sois indispensável em uma alma, para que nela o vosso Esposo, o Divino Espírito Santo, produza seus frutos, 20, 21, 36;
– por cujo intermédio sempre se fizeram e sempre se farão as maiores obras de Deus, 15;
– por cujo intermédio Nosso Senhor quis começar seus milagres, e continuará todos, especialmente os mais importantes, isto é, os da graça, 19;
– cujas orações foram as únicas a ter o mérito suficiente para determinar a Encarnação, e portanto o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo nas almas e o seu reinado social, 16;
– que, sendo Rainha do Reino de Cristo, que é principalmente nas almas, sois a Rainha das almas, 38;
– cuja devoção é meio necessário para a salvação, 40;
– que, como a grande santificadora, podeis só Vós restaurar o reinado social de Nosso Senhor Jesus Cristo;
– por cujo intermédio se restabelecerá o reinado social de Nosso Senhor Jesus Cristo, 1, 16, 17;
– de quem o B. Grignion dizia: “Ut adveniat regnum tuum, adveniat regnum Mariæ”10, 217;
– que sois a reparadora do gênero humano, 28;
– que sois a exterminadora dos inimigos de Deus, 28;
– que sois a fiel companheira de seus triunfos e grandezas, 28;
– que brilhareis com glória inconfundível nos últimos tempos, 50;
– que tereis em uma época futura diversas almas que se perderão em Vós e serão verdadeiras cópias de Vós, 217;
– a quem está reservada a formação dos grandes Santos que brilharão no fim do mundo, 35, 46, 47-8, 49, 55;
– que tendes uma especial solicitude pelas almas que vossos escravos querem proteger, 132;
– de quem se diz que o não amar-Vos é sinal e causa de condenação, como foi causa de condenação de Esaú o não amar a Rebeca, 188;
– que, como medianeira, sois imensamente accessível, 85;
– a quem Deus nunca recusou coisa alguma, 85;
– que tendes preces incomparavelmente mais poderosas do que as de Moisés, a quem Deus Nosso Senhor pediu que não lhe rogasse pelos pecadores, para que Deus pudesse castigá-los11, 27;
– que sois tão necessária às criaturas que, quando trabalham sem Vós, podem dizer como S. Pedro: “Per totam noctem laborantes, et nihil cepimus”12, 218;
– de quem o Eclesiástico diz: “Qui operantur in me non peccabunt”, os que estão em Mim para trabalhar não pecarão13, 175;
– a quem Nosso Senhor conserva no Céu a mesma submissão que Vos tributava na terra quando Menino, e que portanto sois Intercessora Onipotente, 27;
– que, por vossa humildade, merecestes que Deus Vos incumbisse de fazer ocupar os tronos que o orgulho dos demônios deixara vazios, 28;
– que sois o general dos exércitos de Deus, 28;
– que sois a Tesoureira de Deus, 28;
– de quem S. João Damasceno dizia: “Tendo confiança em Vós, ó Mãe de Deus, eu me salvarei; tendo vosso apoio, não temerei; com vosso auxílio, combaterei e porei em fuga meus inimigos; porque vossa devoção é uma arma de salvação, que Deus dá aos que Ele quer salvar”14, 182;
– que sois a Âncora à qual são “felizes, mil vezes felizes, os que a ela se agarram”, diz o B. Grignion, 175;
– que sois a Âncora à qual se agarram todos os Santos, [175];
– cuja Ave, segundo S. Domingos, tendo sido o ponto de partida da salvação do mundo, deve também ser o início da salvação de cada indivíduo, 249;
– cuja Ave, segundo S. Domingos, é indispensável para que as almas não produzam apenas cardos e espinhos, 249;
– cuja Ave faz germinar em nós a palavra de Deus, e produz o fruto que lhe é próprio, isto é Nosso Senhor Jesus Cristo, 249;
– cuja Ave, bem recitada, é o orvalho celeste que fecunda as almas, 253;
– cuja Ave, bem recitada, é sinal de salvação, e mal recitada é sinal de perdição, 250;
– cuja Ave, bem recitada, põe em fuga os demônios, 253;
– cuja Ave Maria, bem recitada, produz a santificação das almas, 252;
A devoção
– que os Santos declararam ter uma caridade incomensurável, e maior do que toda a terra, 7;
– que os Santos declaram ter um poder de extensão incompreensível, até sobre Deus, 7;
– que sois o molde em quem Se formou natural e divinamente Nosso Senhor Jesus Cristo, 220;
– de quem se diz que aquele que trabalha convosco é como quem fabrica uma estátua botando a matéria prima no belo molde de Cristo, que sois Vós, que fostes quem O conteve, 219;
– que, assim, proporcionais aos vossos escravos um meio maravilhoso de fácil e rapidamente se transformarem em outros Cristos, 219;
– de quem se diz que os que trabalham sem Vós fazem sua perfeição como uma estátua de pedra, trabalhada a martelo e cinzel e com grande esforço, 216;
– que livrais vossos escravos das inúmeras cruzes que a santidade custa aos que a querem, 152;
– que livrais vossos escravos das mortes estranhas que são o caminho da santidade15, 152;
– que livrais vossos escravos das muitas dificuldades que se encontram no caminho da santidade, 152;
– que livrais vossos escravos das noites obscuras do caminho da santidade, 152;
– que livrais vossos escravos dos estranhos combates do caminho da santidade, 152;
– que livrais vossos escravos das montanhas escarpadas do caminho da santidade, 152;
– que livrais vossos escravos dos espinhos tremendos do caminho da santidade, 152;
– que livrais vossos escravos dos desertos horrorosos do caminho da santidade, 152;
– a quem Bento XV chamou o caminho rápido e reto para chegar a Nosso Senhor Jesus Cristo16, 155;
– de quem o B. Grignion disse que sois o caminho [rápido e] que, em Vós, se caminha com mais alegria e facilidade, 155;
– que estais sempre presente a vossos escravos para iluminá-los em suas trevas, 152;
– que estais sempre junto aos vossos escravos, para dissipar seus receios, 152;
– de quem o B. Grignion disse que sois o caminho no qual se caminha para Nosso Senhor com passos de gigante, 155;
– que sois um caminho virginal de rosas e de mel, para chegar a Nosso Senhor Jesus Cristo, 152;
– que fostes o caminho virginal de rosas e de mel pelo qual passou o doce S. Francisco de Salles, 152;
– que fostes o caminho de todos os [Santos], de santidade [fácil] e [suave], [152];
– que sois um caminho mais meritório para ir a Jesus, do que outro caminho que tivesse todos os méritos dos Santos, e em que todos os Anjos e Santos auxiliassem a quem nele caminhasse17, 158;
– que sois o caminho imaculado para ir a Jesus, [158];
– que sois o caminho fulgurante, glorioso e cheio de esplendor, pelo qual Nosso Senhor virá novamente ao mundo, 158;
– que fostes, em escala muito [maior], o caminho dos Santos de santidade difícil, 152;
– que a despeito de serdes o caminho suave, dais a vossos fiéis, como recompensa, enormes cruzes, 153;
– que sois exatamente o caminho suave, porque lhes tornais suportável carregar as enormes cruzes, diante das quais outros sucumbiriam, 154;
– que sois o açúcar em que se [induzem] as [amaríssimas] nozes verdes do sofrimento, [que] assim se tornam comestíveis, 154;
– que sois Aquela por quem Deus Se deixou guiar e conter perfeitamente, e por quem, portanto, nos deveríamos deixar conter e guiar, 157;
– por cujo intermédio Deus Se fez semelhante aos homens, e por cujo intermédio os homens se devem fazer semelhantes a Deus, 157;
– de quem o B. Grignion diz que Nosso Senhor viveu só 33 anos, mas viveu mais do que Adão, porque Nosso Senhor viveu submetido a Vós para obedecer ao Padre Eterno, 156;
– a quem obedecer fiel e submissamente é acumular em pouco tempo grandes tesouros, 156;
– de quem o Espírito Divino diz que o homem que honra sua mãe é como aquele que acumula tesouros, 156;
– a quem se aplica em sentido espiritual a frase do Eclesiástico: “Senectus mea in misericordia uberi”, porque é na misericórdia de vosso seio, em que Se encarnou o Verbo, que os vossos devotos, posto que ainda jovens, adquirem as luzes, santidade e experiência própria aos velhos, de forma a atingir em pouco tempo a idade de Nosso Senhor Jesus Cristo, 156;
– que sois tão virtuosa, que obtivestes perante Deus graça para nós e para o mundo inteiro, 164;
– que obstais a que Nosso Senhor castigue os pecados de vossos Santos, 174;
– que sois quem guia as pessoas de oração, sem que elas tenham de recear as habituais ilusões, 168;
– que impedis que se dissipem as virtudes de vossos Santos18, 174;
– que impedis que pereçam os méritos de vossos Santos, 174;
– que impedis que se percam as graças de vossos Santos, 174;
– que impedis que os demônios prejudiquem vossos Santos, 174;
– que impedis que Nosso Senhor castigue os pecados de vossos Santos, 174;
– que, como Vas insigne devotionis19, sois a moradia dos mais ilustres em virtudes, graças e doçuras, 178;
– que podeis fazer-nos conhecer a nossa corrupção [e mal], que o Divino Espírito Santo chama nossos corpos de corpos do pecado, concebidos no pecado, alimentados no pecado, capazes só de pecado, corrompendo-se cada vez mais, e engendrando só o pecado e a corrupção, 79;
– que podeis fazer-nos conhecer que, de nossa parte, só há orgulho e cegueira de espírito, endurecimento de coração, concupiscência e paixões, que somos mais orgulhosos do que pavões e mais invejosos do que serpentes; mais irritáveis do que tigres, mais preguiçosos do que tartarugas e mais frágeis do que arbustos; mais inconstantes do que ventoinhas; que contemos em nós somente o pecado e o nada, e só merecemos a ira de Deus e o inferno eterno, 79;
Modo de devoção
– que sois obrigatoriamente nossa Medianeira, porque seria a negação da humildade apresentarmos a Deus nossas obras tremendamente imundas perante Ele, 83;
– que sois obrigatoriamente nossa Medianeira, porque a misericórdia de que Nosso Senhor usou conosco não é motivo para que O respeitemos menos, 85;
– que quereis que todos os vossos fiéis comecem e acabem convosco todas as suas ações, 115;
– cujos filhos devem venerar a Encarnação de modo especial, porque a Encarnação é o reinado de Jesus em Vós, e foi aí que, de acordo convosco, Nosso Senhor escolheu todos os eleitos, 248;
– cujo Filho operou em Vós no tempo da Encarnação tais mistérios, e tão grandes maravilhas, que nem os Anjos nem os homens os compreendem, 248;
– que, por isto, sois chamada pelos Santos a Magnificência de Deus, como se Deus não fosse Magnífico senão em Vós, 248;
– cujo Filho, na Encarnação, em Vós, acalmou a ira do Padre Eterno, reparou-Lhe a glória que o pecado Lhe havia roubado, e glorificou o Padre como nunca fora glorificado, 248;
– que, como vas honorabile, vas insigne devotionis, etc…, contivestes o próprio Deus, 178;
– que, como vas honorabile, etc., sois o trono dos maiores príncipes da eternidade, 178;
– que sois, portanto, o Trono de glória do Padre Eterno, [248];
– cujos devotos devem honrar a Encarnação, porque encerra em si todos os Mistérios [da] Vida de Nosso Senhor, 248;
– cujos devotos devem honrar especialmente a Encarnação, porque segundo o número anterior, este Mistério encerra em si as graças de todos os outros, 248;
– cujos devotos devem, especialmente, honrar a Encarnação porque aí Vós figurais o Trono da Misericórdia de Nosso Senhor, que aí a ninguém rejeita, [248];
– cujos devotos devem ter uma devoção especial pela Encarnação, para honrar a submissão que, então, Vos teve Nosso Senhor, 243;
– cujos devotos devem honrar especialmente a Encarnação, para agradecer as graças que recebestes então, especialmente o terdes sido escolhida como Mãe do Verbo, o que foi feito neste Mistério, 243;
– que sois o cofre forte em que devemos depositar nossos tesouros de graças, porque a Vós o demônio nunca arrombará como nos arromba a nós, 177;
– a quem vossos devotos devem entregar sem reservas seu corpo e sua alma, 197;
– que sois o vas spirituale20, honorabile, insigne devotionis, no qual devemos depositar os tesouros de nossa alma, [178];
– que quereis que vossos fiéis comecem e acabem convosco todas as suas ações e, portanto, também todas as suas orações, 115;
– cuja Ave Maria é a melhor saudação que se Vos possa fazer, porque é a que o Padre Eterno Vos mandou fazer por intermédio de um Arcanjo, 252;
– cuja Ave Maria é o vosso prazer, 253;
– cuja Ave Maria, quando bem recitada, é a alegria dos Anjos, a melodia dos Predestinados, o cântico do Novo Testamento, o vosso prazer e a glória da Santíssima Trindade, 253;
– cuja Ave Maria é para Vós, tão cheia de encantos secretos, que Vos arrancou o consentimento de ser a Mãe de Deus, apesar de vossa humildade, 252;
– cuja Ave Maria é um beijo casto e amoroso que se Vos dá, 253;
– cuja Ave Maria é, para Vós, como uma pérola, uma rosa ou uma taça de ambrosia que se Vos dá, 253;
– cuja Ave Maria é a melodia dos Predestinados, 253;
– cuja Ave Maria é a alegria dos Anjos, 253;
– cuja Ave Maria, segundo uma revelação de Alain de la Roche21, sendo bem recitada, é sinal de salvação; e mal recitada, sinal de perdição22, 250;
– cuja Ave Maria, segundo diversos Santos, é indispensável para que as almas não produzam apenas cardos e espinhos, 249;
– cuja Ave Maria, bem recitada, produz a santificação da alma, 253;
– cuja Ave Maria é um orvalho celeste que dá fecundidade à alma, 253;
– cuja Ave Maria, bem recitada, põe em fuga o demônio, 253;
– cuja Ave Maria, segundo São Domingos e outros Santos, tem uma eficácia maravilhosa para converter as almas, [250];
– cuja Ave Maria, segundo diversos Santos, tendo sido o ponto de partida da salvação do mundo, deve também ser o ponto de partida da salvação de cada indivíduo, 249;
– cuja Ave Maria, segundo os mesmos Santos, faz germinar em nós a palavra de Deus, e produz seu fruto próprio, isto é, Nosso Senhor Jesus Cristo, 249;
– cuja Ave Maria mereceu todas as considerações acima por parte de Santos, [253];
– cujos escravos terão por característica uma grande devoção à Ave Maria, 249;
– cujo Magnificat deve ser recitado para agradecer os benefícios que recebestes, 255;
– cuja única oração por Vós composta é o Magnificat, que por isto tem um imenso valor, 255;
– cujo Magnificat é o maior sacrifício de louvor feito a Deus no Novo Testamento, 255;
– cujo Magnificat encerra tais mistérios, que os próprios Anjos [os] ignoram [também] eles, 255;
– cujo Magnificat é tão admirável que Gerson23 só empreendeu escrever sobre ele no fim de sua vida de estudos, e o fez tremendo, 255;
– cujo Magnificat no versículo “fecit potentiam”24 afugenta os demônios, 253;
– cujos devotos devem rezar diariamente, durante toda a sua vida, a vossa pequena coroa, 234;
– de quem São Bernardo dizia que, assim como sois a Intermediária de todas as graças que vêm de Nosso Senhor, assim também deveis ser a Intermediária de todas as ações de graças ↓25 que vão a Ele, 255;
– cujo Magnificat, era rezado por Vós depois de vossas Comunhões, como ação de graças, 255;
– cujos devotos são amigos da oração, à qual se dedicam em vossa companhia, 196;
A escravidão
– de quem ser escravo espiritual é um segredo da graça, que nos permite progredir na vida espiritual rápida e suavemente, análogo aos segredos da natureza, que nos permitem fazer rápida e suavemente certas operações naturais, por si dificílimas, 82;
– de quem ser escravo é uma honra, porque o Filho Se deixou aprisionar em Vós, e Se escravizar em Vós durante trinta anos, 139;
– de quem ser escravo é tão nobre, que o Filho deu mais honra ao Padre Eterno ficando dentro de Vós, do que se tivesse convertido o mundo inteiro, 139;
– cujo escravo espiritual tem uma dignidade superior à de todos os reis e imperadores da terra, 135;
– de quem ser escravo espiritual é tão inestimável de valor, que toda a terra não seria bastante para pagá-lo, 135;
– cuja escravidão espiritual vale tanto, que basta considerar o seguinte: se Nosso Senhor dá o cêntuplo desde este mundo aos que abandonam tudo por Ele quando se trata de bens materiais, o que dizer-se, portanto, dos que abandonam os próprios bens espirituais, imensamente mais valiosos?, 137;
– de quem ser escravo espiritual dá valor ao próprio sono e a todas as ações, ainda que não pensemos em Nosso Senhor ou em Vós ao fazermos tais ações, 136;
– cujos escravos devem fazer tudo para Vós, como vossos escravos, e principalmente propagar a vossa verdadeira devoção e combater a falsa, 265;
– cujos escravos devem fazer tudo isto com a única finalidade de Vos servirem como a sua Senhora, 265;
– que quereis que vossos devotos Vos sirvam por Vós, e não por um fito de lucro temporal ou espiritual, 110;
– cujo devoto, possuído de tais sentimentos, Vos é muito precioso e agradável, 110;
– que, cada vez que um de vossos escravos Vos louva, serve ou faz um ato de amor, Vós louvais, servis ou fazeis um ato de amor perfeitíssimo a Deus Nosso Senhor, 225;
– que, portanto, proporcionais a vossos escravos meios para fazer a Nosso Senhor atos de amor perfeitíssimos, 225;
– que, cada vez que alguém diz “Maria”, dizeis “Deus”, porque sois toda relativa a Deus, e por isto, quando Santa Isabel Vos louvou, respondestes “Magnificat anima mea Dominum”26, 225;
– que empregais para a maior glória de Deus todas, mas absolutamente todas as obras de vossos escravos, com um acerto absoluto, 151;
– cujos devotos devem ser movidos inteiramente por vosso espírito; sempre e em tudo, como a harpa nas mãos de quem a tange, 259;
– a quem vossos escravos se devem, portanto, abandonar como uma pedra que se joga ↓27 no mar, 259;
– em cujas intenções entram vossos escravos, participando assim da sublimidade de vossos desejos. Como todas as suas ações estão unidas a vossos desejos, e como vossos desejos têm um mérito quase infinito, suas ações têm um mérito imenso, 222;
– cujas intenções [e] ações inconcebivelmente puras davam mais glória a Deus do que todas as criaturas juntas, 222;
– cujas menores ações como, por exemplo, dar um ponto de agulha, deram mais glória a Deus do que, por exemplo, S. Lourenço e todos os Santos juntos, com suas maiores ações, e mais heroicas, 222;
– que, portanto, por meio da união de vossos desejos, sois capaz de fazer em vossos escravos as maiores maravilhas da graça, desde que eles queiram perder-se inteiramente em Vós, e tenham grande boa vontade, 222;
– que, por meio da escravidão a Vós, proporcionais a vossos escravos o meio de fazer a caridade de modo constante, abundante e eminente, 171 e 172;
– que, portanto, nos permitis assim de colaborar para a salvação de inúmeras almas, sendo que salvar uma só alma é melhor do que criar o Céu e a terra, 172;
– cujo espírito se comunicará aos que são fiéis à devoção de vossa escravidão para que o Senhor seja magnificado e para que se exulte em Deus, 217;
– que ireis adquirindo um número cada vez maior de escravos até que o Divino Espírito Santo, vendo sua Esposa como que reproduzida nas almas, as encherá com Seus Dons, e especialmente, o da Sabedoria, para operar maravilhas da graça, 217;
– cujos escravos devem fazer todas as suas ações convosco, isto é, tendo sempre em vista o modo pelo qual Vós as faríeis, 260;
– cujos escravos devem, especialmente nisto, atender à vossa vivíssima Fé, profunda humildade e virginal pureza, 260;
– que comunicais a vossos escravos vossa humildade, vossa pureza e vossas virtudes, 144;
– que, por isto, dais a vossos escravos uma Fé penetrante, que dará a vossos escravos acesso [ao] ↓28 próprio coração de Deus, 214;
– que dais a vossos escravos uma Fé corajosa e capaz de grandes empreendimentos ad maiorem Dei gloriam29, 214;
– que proporcionais a vossos escravos a luz do Divino Espírito Santo para que vossos escravos reconheçam humildemente a sua profunda indignidade, 213;
– que alimentais a vossos escravos com o Pão do espírito e o Vinho que gera virgens30, 208;
– que mantendes vossos escravos na máxima abundância de alimentos espirituais, 208;
– cujos escravos devem repetir constantemente o abandono a Vós como meio mais seguro de se santificar rapidamente. E esta rapidez será tanto maior, quanto maior for a frequência desses atos de abandono, 259;
– cujos escravos se enchem assim de vosso espírito, que é doce, forte, zeloso e prudente, humilde, corajoso, puro e fecundo, 258;
– que Vos dais sem reservas a quem se Vos dá sem reservas também, 181;
– de quem S. Ambrósio dizia: que o espírito de Maria esteja em cada um, para glorificar o Senhor; que o espírito de Maria esteja em cada um para se rejubilar em Deus31, 258;
– De quem se pode dizer: qui spiritu Mariae aguntur ii sunt filii Mariae32, como ↓ [S. Paulo] dizia: “Qui spiritu Dei aguntur, ii sunt filii Dei”33, 258;
– que amais vossos escravos por reconhecimento e gratidão, porque realmente eles Vos amam, 201;
– que amais vossos escravos porque Deus os ama, 201;
– que amais vossos escravos porque eles se consagram inteiramente a Vós, e são vossa herança, 201;
– que amais mais um de vossos escravos do que todas as mães do mundo, com seus amores somados, amariam a seu filho único, 202;
– que amais vossos escravos porque realmente eles são vossos filhos, por uma filiação sobrenatural, o que é imensamente valioso, 201;
– que sois o Paraíso do novo Adão, que é Nosso Senhor, Paraíso no qual devem ser feitas todas as obras de vida interior, orações, etc., e de vida exterior de vossos escravos, [261];
– que sois o Paraíso e a terra virginal e imaculada da qual foi formado o novo Adão, por operação do Espírito Santo, que habita em Vós, 261;
– que sois o paraíso no qual se encontra a árvore ↓34 da ciência do bem e do mal, que iluminou o mundo, 261;
– que sois o paraíso no qual se encontram as árvores plantadas pelas mãos do próprio Deus, regadas pela graça da unção divina, e dando constantemente frutos de sabor divino, 261;
– que sois o molde no qual vosso escravo, que é a matéria-prima, se deve perder inteiramente, 219;
– cujo escravo deve ser fundido e liquefeito, isto é, a matéria-prima antiga deve estar transformada para que o molde sirva, 221;
– cujos escravos têm por principal fim honrar-Vos na Encarnação de vosso Filho Divino em Vós, 243;
– cujo seio é o paraíso em que as almas são formadas em Nosso Senhor, e Nosso Senhor nas almas, porque os Padres o chamam sala dos Sacramentos divinos, e foi n’Ela que Nosso Senhor Jesus Cristo e todos os eleitos foram formados: “Homo et homo [natus] ↓35 est in ea”36, 264;
– que exigis de vossos escravos a confiança que um filho deposita em sua boa mãe, 107;
– em quem vossos verdadeiros escravos depositam uma confiança absolutamente ilimitada, 199;
– que sois o Paraíso no qual há lindos prados verdes de esperança, 261;
– que sois o Paraíso no qual há casas encantadoras de confiança, 261;
– que dotais vossos escravos de uma grande confiança em Deus, uma absoluta ausência de escrúpulos e de receios nocivos, 169;
– em quem a alma é liberta de suas perturbações, receios e escrúpulos, 264;
– que quereis que vossos escravos recorram a Vós em todas as circunstâncias e necessidades, e que façam com simplicidade, ternura e confiança, 107;
– que não quereis que vossos filhos tenham receio de Vos importunar e forçar, de tanto pedir, 107;
– a quem vossos verdadeiros escravos recorrem constantemente e em todas as ocasiões, 199;
– a quem vossos escravos revelam com absoluta liberdade todos os seus sofrimentos, 199;
– que encheis de confiança aos vossos escravos, [porque] eles se aproximam de Deus por vosso intermédio, e [por] isto confiam na misericórdia de Deus, 216;
– de quem podemos dizer como S. Boaventura: “Ecce Domina salvatrix mea; fiducialiter agam, et non timebo, quia fortitudo mea, et laus mea in Domino es tu”37, 216;
– que fazeis com que vossos escravos conversem confidencialmente com Deus, ↓38 como seu Pai, que é, 216;
– que dotais vossos escravos de uma grande confiança em Deus, fazendo-os perceber que Este é seu Pai, 169;
– de quem dizia S. Boaventura: “Totus ego sum, et omnia mea tua sunt, o Virgo gloriosa super omnia benedicta; ponam te ut signaculum super cor meum, quia fortis est ut mors dilectio tua”39, 216;
– de quem vossos escravos podem dizer como o Salmista: “Senhor, nem meu coração nem meus olhos têm motivo algum para se elevar e se orgulhar, nem procurar as coisas grandes e maravilhosas, e com isto ainda não sou humilde; mas ergui e encorajei minha alma pela confiança; sou como uma criança privada dos prazeres da terra e apoiada sobre o seio de minha mãe e é sobre este seio que sou cumulado de bens” 40, 216;
– que dotais vossos escravos de uma grande confiança em Deus, fazendo-os perceber que Este é seu Pai, 169;
– que protegeis vossos escravos, para que não temam, 174;
– que dotais vossos escravos da grande liberdade interior própria aos filhos de Deus, 169 e 170 fim;
– que conduzis vossos escravos, para que não se fatiguem, 174;
– que auxiliais vossos escravos para que se salvem, 174;
– que sois o Paraíso no qual há riquezas inexplicáveis, 261;
– que sois o Paraíso no qual Nosso Senhor habitou durante 9 meses, e onde patenteou suas riquezas com a magnificência de um Deus, 261;
– que sois o Paraíso no qual estas coisas se encontram porque aí foram deixadas por Nosso Senhor quando aí habitou, 261;
– cuja escravidão nos dá grande desprezo por nós, e grande confiança em Vós, 145;
– que sois toda, todo o nosso tesouro perante Nosso Senhor, porque tudo Vos devemos, e toda Vos dais a nós, 145;
– que sois nosso suplemento e nosso tudo perante Nosso Senhor, 144;
– que aplacais vosso Filho em relação a vossos escravos, 211;
– que engrandeceis aos olhos de Deus, Nosso Senhor, vossos escravos, como Rebeca fez parecer aos olhos de Isaac que [Jacó era Esaú] ↓41, 207;
– que fazeis Deus tratar o mau escravo como se fosse bom, assim como Rebeca fez com que Isaac tratasse Jacó como se fosse Esaú42, 211;
– de quem vossos escravos podem dizer como Davi “haec facta est mihi”43, Maria foi feita para mim, 179;
– em quem vossos escravos devem ter uma confiança especial, porque tendo depositado em Vós todo o seu tesouro, devem confiar mais em Vós do que neles, 216;
– de quem vossos escravos podem dizer “Ela é minha e eu sou dEla”, 179;
– de quem vossos escravos podem dizer como São João Evangelista: “Tomei-a como sendo todo o meu bem”44, 179;
– de quem vossos escravos podem dizer: “Omnia mea tua sunt, et omnia tua mea sunt”45, 179;
– que Vos dais inteira e de modo inefável a todo aquele que, por meio da escravidão, se dá todo a Vós, 144;
– que apresentais nossas ações, com que Vos presenteamos, a Nosso Senhor, revestidas de uma admirável beleza que Vós lhes comunicais, 224;
– que sois liberalíssima em bens naturais e sobrenaturais para vossos escravos, 133;
– que afogais vossos escravos no abismo de vossas graças, 144;
– que sois o Paraíso no qual há doçuras inexplicáveis, 261;
– que sois o Paraíso em que há um dia formoso sem noite, da humanidade santa, 261;
– que sois um Paraíso no qual há um belo sol sem sombra, da Divindade, 261;
– a quem vossos verdadeiros escravos recorrem para saborear alguma doçura no meio de suas amarguras, 199;
– que sois o Paraíso [d]e dificílimo acesso, porque em lugar de ser [defendida] ↓46 a entrada por um Arcanjo, o é pelo próprio Espírito Santo ↓47, 263;
– que proporcionais uma felicidade imensa para os que conseguem entrar neste Paraíso e aí ficar, 263;
– que comunicais a felicidade a vossos escravos, pela abundância das consolações com que os cumulais, 200;
– que sois o Paraíso em que a alma é alimentada pelo leite de vossa graça e misericórdia materna, 264;
– que sois o Paraíso em que só se pode entrar, quando nossa fidelidade tiver obtido essa graça, 264;
– que sois o Paraíso no qual a gente, uma vez tendo entrado, deve conservar-se com deleite; repousar-se com paz; apoiar-se com confiança; perder-se sem reservas, 264;
– que suavizais tanto a vida espiritual de vossos escravos, que o jugo de Deus apodrece sobre eles com o óleo da devoção – “Iugum eorum computrescet a facie olei”48, 208;
– que ajudais e fortificais vossos escravos para carregarem o jugo de Deus, 206;
– que dilatais os corações dos vossos escravos, para que corram no caminho dos Mandamentos de vosso Filho, 215;
– que sois o Paraíso no qual há torres inexpugnáveis de força, 261;
– que impedis que vossos escravos sejam iludidos pelo demônio, 209;
– que defendeis sempre vossos escravos, e que para isto condescendeis com todas as suas fraquezas, Vos abaixais para lhes falar, e os defendeis como ↓49 o faria um exército, 210;
– que aconselhais sempre vossos escravos, 204;
– que sois o Paraíso em que nunca penetraram o demônio, o mundo e o pecado, e por isto sois o Paraíso em que se refugiam dos males acima e não pecam os que nele se encontram: “Qui operantur in me, non peccabunt”50. E, por isto, os que residem em Vós nunca pecarão gravemente, 264;
– que sois o guia de vossos escravos no difícil caminho da vida espiritual, 209;
– que, sendo conhecedora de todas as bênçãos e maldições de Nosso Senhor, e de todas as graças que Ele quer dar, tudo dispondes com grande antecedência para favorecer vossos escravos, 203;
– que, depois de terdes conseguido para vossos escravos as maiores graças, vigiais para que eles as conservem, e o demônio não lhas roube, 212;
– que sustentais vossos escravos para que não caiam, 174;
– que sois quem mantém na fidelidade a vossos escravos, 175;
– que impedis, por meio de uma grande abundância de graças, que vossos escravos recuem no caminho da santidade, 175;
– que Vos tornais depositária das graças que vossos escravos Vos dão, e que portanto, em estrita justiça, sois obrigada a não as perder, 176;
– que Vos dais sem reservas a quem se Vos dá também sem reservas, 181;
– cuja escravidão constitui a pobreza levada a seus últimos limites, 133;
– cuja escravidão nos faz usar da mais extrema liberalidade para convosco, que sereis, por vossa vez, ainda mais liberal para conosco: cum liberali, liberalis erit51, 138;
– que sois o Paraíso no qual há uma fornalha ardente de caridade, na qual todo o ferro que é colocado se transforma em ouro, 261;
– que deveis matar ao pecado os vossos escravos, 197;
– que matais à vida natural vossos escravos, 205;
– que preparais vossos escravos, [de] forma a serem agradáveis a Nosso Senhor, 197;
– que purificais e tornais agradáveis a Deus os vossos escravos, 205;
– que sois a Virgo Fidelis52 que repara a infidelidade de Eva, 175;
– que fazeis com que Deus abençoe a todos que abençoam vossos escravos, e amaldiçoe a todos que os amaldiçoam, 207;
– que certa vez destes a uma vossa escrava uma corrente de ouro para a recompensar de usar uma corrente de ferro em vossa honra, 170;
– que sois tão liberal que um de vossos santos homens disse: “Pour un oeuf, Elle donne un boeuf”53, 181;
– que tendes uma inimizade irredutível – a única inimizade que Deus tenha formado – entre Vós e o demônio, e cujos escravos também têm, portanto, entre si e o demônio, uma inimizade absolutamente irredutível, 54;
– oh Vós, cujos escravos serão vítimas de ciladas do demônio, especialmente nos últimos tempos, 54;
– cujos escravos têm também, em virtude do penúltimo número, uma inimizade irredutível com o demônio, 54;
– cujos devotos devem fugir e odiar o mundo corrupto, 256;
– que dais a vossos escravos uma Fé, que é como um facho iluminador das trevas dos que não creem, que aquece os tíbios, que dá vida aos que estão mortos no pecado, e faz com que, por suas palavras doces e poderosas, vossos escravos derrubem os corações duros como mármore e orgulhosos como o cedro do Líbano, 214;
– que, por meio de vossa escravidão, proporcionais a vossos escravos o meio de glorificar muito mais a Nosso Senhor, do que os que não são vossos escravos; porque vossos escravos não confiam em si próprios, mas sim em Vós, e com isto glorificam a Nosso Senhor que só se glorifica bem na humildade total. E os que não são vossos escravos confiam em si, e não podem, portanto, glorificar igualmente a [Nosso Senhor], [223] ↓54;
– que sois o Paraíso no qual há ↓55 belezas inexplicáveis, 261;
– que sois o Paraíso no qual há um ar puro sem infecção, de pureza, 261;
– que sois o Paraíso no qual há um rio de humildade que, nascendo da terra, se divide em quatro ramos que são as quatro virtudes cardeais, que irrigam todo este lugar, 261;
– que sois o Paraíso no qual se encontram canteiros ornamentados por diversas e formosas virtudes, cujo aroma embalsama os próprios Anjos, 261;
– a quem o Divino Espírito Santo chama de Santuário da Divindade, ↓56 [262];
– a quem o Divino Espírito Santo chama o repouso da Santíssima Trindade, ↓57 [262];
– a quem o Divino Espírito Santo chama o Trono de Deus, ↓58 [262];
– a quem o Divino Espírito Santo chama a Cidade de Deus, ↓59 [262];
– a quem o Divino Espírito Santo chama o Altar de Deus, ↓60 [262];
– a quem o Divino Espírito Santo chama o Mundo de Deus, ↓61 [262];
– que tendes inúmeras maravilhas operadas por Deus em Vós, e correspondendo exatamente a todos estes epítetos, ↓62 [262];
– que tendes todas estas qualidades, cujo sentido só o Divino Espírito Santo pode revelar, porque está oculto atrás do sentido material das imagens anteriores, ↓63 [262];
– cujos escravos devem: 1) pedir vosso auxílio em tudo, por tudo, e sempre; 2) pedir que a ação não seja deles, mas sim vossa por intermédio deles, e portanto orientar-se exclusivamente segundo vosso espírito, confiando somente em Vós e não em si, e pedindo o conselho de vossas virtudes para tudo; 3) fazer tudo em Vós; 4) fazer tudo para Vos servir, 257 e segs.;
– cujos escravos devem fazer tudo por Vós, isto é, por Vosso intermédio, renunciando sempre às suas próprias luzes, disposições e entendimento, para se abandonar inteiramente à vossa direção, que encarecidamente devem eles pedir, 259;
Bem-aventurado Grignion de Montfort
– cujo Tratado mereceu uma estima singularmente acentuada dos Santos Padres, Prefácio, pg. V;
– de cujo Tratado Leão XIII tirou pensamentos e até frases textuais para a sua Encíclica sobre o Jubileu da Imaculada Conceição, VI;
– cujo Tratado era tão do agrado de Pio X, que este, de próprio punho, escreveu uma concessão de bênção apostólica para quem o ler. A honra é igual à dos retiros de Santo Ignácio, VII;
– cuja confraria de Maria, Rainha dos Corações, tinha como membro o próprio Pio X, VIII;
– em cuja confraria da Associação dos sacerdotes de Maria Rainha dos Corações o próprio Pio X se inscreveu para comemorar suas bodas de ouro sacerdotais, VIII;
– a cujo respeito Bento XV escrevia ao Superior de vossa Ordem, em carta autógrafa, que de todo o coração desejava a propagação ampla de vossos escritos, X;
– cujo processo de canonização está em grande progresso, XI;
– cuja loucura da Cruz era tal, que vossos biógrafos vos colocam ao lado de São Felipe Néri e São Simão Salus, XII;
– de quem Faber64 dizia não haver obra mais sublime do que o Apostolado de vossa devoção a Nossa Senhora e a propagação de vosso método de escravidão espiritual, XVII;
– cujo método surpreende as almas, no dizer de Faber, pelas graças inesperadas e imensas que recebem vossos escravos, XVIII;
– cujo livro, segundo Faber, contém trechos visivelmente inspirados e sobrenaturais, XIX;
– de quem Faber dizia que, depois das Epístolas dos Apóstolos, seria difícil encontrar um trecho mais ardente do que vossa Oração pela Ordem que fundastes, XII;
– que estais provavelmente mais estreitamente ligado à virtude da castidade, porque a Santa Igreja, na Missa, vos chama “aluno da Rainha das Virgens”, quando vos poderia chamar aluno da Rainha dos Profetas ou dos Mártires, Missel65, pg. 7 do suplemento para França;
– de quem a Santa Igreja diz: “Foi predestinado por Deus para pregar a todos a penitência, e Ele arrancou todas [as] abominações da impiedade”, Idem, 8;
– cujo Introito da Missa diz: “Clama ne cesses, quasi tuba exalta vocem tuam, et annuntia populo meo scelera eorum et domui Jacob peccata eorum”66, pg. 8;
– em cujo Gradual, Aleluias, Secreta, Ofertório, a Santa Igreja põe as mais candentes frases apostólicas de S. Paulo, como que atribuindo-as a vós, pg. 10;
– que dizíeis que, de bom grado, escreveríeis com sangue as verdades sobre Nossa Senhora e suas grandezas, ainda que, como prêmio para isto, uma só alma as compreendesse, 112 do “Tratado da [Verdadeira] Devoção”;
– cuja intercessão, portanto, no Céu, para o bom êxito dos que se encaminham na vossa senda mariana e do apostolado de vossa devoção [duas palavras ininteligíveis] fervorosíssima;
– que prevíeis para o futuro uma verdadeira florada de devotos da Virgem Santíssima, 113;
São José, Padroeiro da Igreja
– que tendes sobre os católicos o mesmo título de paternidade que tendes sobre Nosso Senhor, Missel, 1599;
– que tendes sobre Nosso Senhor um certo direito, e uma certa autoridade, por ser fruto das entranhas da Virgem Santíssima [que] é vossa [esposa], 1599;
– que sois, depois de Nossa Senhora, a maior criatura que tenha existido, 1599;
– a quem se deve o culto supremo de dulia, assim como a Nossa Senhora se deve o de hiperdulia, 1599;
– que, entre todos os seres criados, fostes escolhido para guarda do Menino Jesus e da pureza de Maria Santíssima, 1599;
– que vivestes longos anos em um contato santificantíssimo com Nossa Senhora e Nosso Senhor no sublime recolhimento de Nazaré, 1599;
– que fostes incumbido pelo Anjo de impor um nome [a] Nosso Senhor, no que se confirmaram os direitos de vossa paternidade, 1599;
– que morrestes assistido por Nosso Senhor e Nossa Senhora, 1599;
– que sois considerado o Padroeiro das almas interiores e contemplativas, 1599;
– que tivestes em vida, dada a vossa missão, o go[zo] direto de Deus, que só é [dado] aos homens, em geral, depois da morte. Fostes, portanto, exceção entre todos os Santos, 1601;
– de quem o Missel diz: constituiu-o Senhor de sua casa e Príncipe de toda a sua possessão, 1602;
– de quem a Santa Igreja diz, na Missa: o Senhor o honrou e revestiu-o de uma túnica de glória, 1602;
– de quem a Santa Igreja diz na Missa: Minha verdade e minha misericórdia esta[rão] com ele, e por meu nome se elevará seu poder, 1602;
– assim como José guardou todo o pão material para [os] egípcios, guardais todo o pão espiritual para nós, 1115;
– que sois o pai de todos os Patriarcas do Antigo Testamento, porque só Vós possuíeis todas as virtudes que Deus prometia aos justos do Antigo Testamento, 1115;
– a quem Nosso Senhor nos envia, “ite ad Joseph”67, quando lhe pedimos graças, como o Faraó dizia “ite ad Joseph” ao povo que lhe pedia pão, 1114;
– que tivestes na vi[da t]errena como na at[ual a] máxima união que se possa imaginar entre criaturas, com Nossa Senhora; porque a Esposa a ninguém deve ser mais unida do que ao esposo. E como ambos éreis Esposos exemplaríssimos, os mais exemplares que houve, sois mais unidos do que nunca criaturas o foram;
– em cuja [Missa] a Santa Igreja põe as seguintes palavras: Eu os atenderei em [qualquer] tribulação [de] que se [queixem] a Mim, e serei “sempre” seu protetor, [1115];
– a quem Santa Tereza nunca invocou sem ser atendida;
– de quem Santa Tereza dizia que Nosso Senhor ordenou que a Igreja Vos [cultuasse] com a suprema dulia, [e quis] mostrar que Vos é [sujeito] Nosso Senhor no Céu, como foi na terra, porque Vos deu um poder superior a todos os Santos, 1120;
– que ficastes longo [tempo no limbo], antes de aí [descer] Nosso Senhor depois de morto, e que esperastes isto com uma resignação que devemos oferecer [a] Nosso Senhor pelas almas do pur[ga]tório. Faber: Tudo por Jesus. Trata-se do famoso Faber, [do] Oratório de Londres.
– que aprendestes [a humil]dade, mandando a Jesus, idem, pg. [382]68.
1) (N. do E.) O título geral da Ladainha foi tirado da conferência transcrita na “Introdução”; os subtítulos são da lavra do próprio Autor (ver imagem na página anterior). O travessão no começo de cada jaculatória é de responsabilidade da equipe editorial.
2) (N. do E.) {a}, {de}. Após a segunda palavra omitida há um trecho de aproximadamente 15 toques riscado pelo Autor.
3) (N. do E.) Vaso honorífico. Invocação da Ladainha de Nossa Senhora.
4) (N. do E.) No sentido dado por S. Luís Grignion, no Tratado: “membros de seu corpo místico”.
5) (N. do E.) O Autor repetiu algumas das jaculatórias, às vezes ipsis litteris. Optou-se por não cortar as repetições.
6) (N. do E.) “Santa, santa, santa sois, ó Maria, Mãe de Deus e sempre Virgem” (S. Boaventura, Psalter. majus B.V.).
7) (N. do E.) “Trabalhamos a noite inteira, sem nada apanhar” (Lc 5, 5).
8) (N. do E.) {do Eclesiástico}. “Minha velhice se encontra na misericórdia do seio” (Sl 91, 11, da Vulgata).
9) (N. do E.) “Aula sacramentorum” (S. Ambrósio, De Instit. Virg., cap. VII, n. 50).
10) (N. do E.) “Que venha o reino de Maria, Senhor, a fim de que chegue o vosso reino.”
11) (N. do E.) Cf. Ex 32, 7-10; Dt 9, 12-14.
12) (N. do E.) “Trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos” (Lc 5, 5).
13) (N. do E.) Eclo 24, 30, da Vulgata.
14) (N. do E.) Sermo de Annunc.
15) (N. do E.) No Tratado: “Esta devoção é um caminho fácil, curto, perfeito e seguro para chegar à união com Nosso Senhor (…). Pode-se, é verdade, chegar a Ele por outros caminhos; mas encontram-se muito mais cruzes e mortes estranhas, e muitos mais empecilhos, que dificilmente se vencem. (…) Enquanto que pelo caminho de Maria passa-se com muito mais doçura e tranquilidade.”
16) (N. do E.) “Recta et tanquam compendiaria via ad Iesum per Mariam itur” (Bento XV, Carta a D. Francisco Xavier Schoepfer, Bispo de Lourdes, AAS 6 [1914], p. 515).
17) (N. do E.) Começa neste ponto o trecho de cinco folhas manuscritas pelo Autor (ver imagens exemplificativas na próxima página). A partir do título “Modo de devoção”, as folhas voltam a ser datilografadas.
18) (N. do E.) O Autor escreveu duas vezes esta jaculatória, uma logo em seguida à outra. Omitimos, excepcionalmente, uma delas no presente trabalho.
19) (N. do E.) Vaso insigne de devoção. Invocação da Ladainha de Nossa Senhora.
20) (N. do E.) Vaso espiritual. Invocação da Ladainha de Nossa Senhora.
21) (N. do E.) Beato Alain de la Roche, também conhecido como Beato Alan de Rupe (1428-1475) – teólogo dominicano, Mestre em Sagrada Teologia, místico, ardoroso devoto da Virgem Maria e propagador infatigável da devoção do Rosário na França, Flandres e Holanda.
22) (N. do E.) Cf. De dignitate Rosarii, cap. II.
23) (N. do E.) Jean Charlier de Gerson (1363-1429) – teólogo e filósofo francês, chanceler da Universidade de Paris. Recebeu o título de Docteur évangélique et très chrétien (Doutor evangélico cristianíssimo). No Concílio de Constança (1414-1418), desempenhou papel preponderante na condenação da doutrina da liceidade do tiranicídio.
24) (N. do E.) “Demonstrou o poder de seu braço.” Versículo do Magnificat.
25) (N. do E.) {e graças}.
26) (N. do E.) “Minha alma engrandece ao Senhor.” Versículo do Magnificat.
27) (N. do E.) {na água, digo}.
28) (N. do E.) {no}.
29) (N. do E.) “Para a maior glória de Deus.” Lema da Companhia de Jesus.
30) (N. do E.) Cf. Zc 9, 17.
31) (N. do E.) Cf. Expositio in Lc, 1, III, n. 26.
32) (N. do E.) “São filhos de Maria os que se deixam guiar pelo espírito de Maria.”
33) (N. do E.) {S. Pedro}. “São filhos de Deus os que se deixam guiar pelo Espírito de Deus” (cf. Rm 8, 14).
34) (N. do E.) {do bem e do mal, digo}.
35) (N. do E.) {factus}.
36) (N. do E.) “Um por um, todos os homens nasceram nela” (Sl 86, 5, da Vulgata).
37) (N. do E.) “Minha Senhora e salvadora, agirei com confiança e não temerei, porque sois minha força e meu louvor no Senhor” (Psalter. maius B.V., Cant. instar Is 12, 2).
38) (N. do E.) {como se fosse ou antes}.
39) (N. do E.) “Sou todo vosso e tudo que tenho Vos pertence, ó Virgem gloriosa, bendita sobre todas as coisas criadas; que eu Vos ponha como uma marca sobre meu coração, pois vossa dileção é forte como a morte” (Psalter. maius B.V., Cant. instar Ex 15).
40) (N. do E.) Cf. Sl 130, 1-2, da Vulgata. O Autor verte ao vernáculo a tradução livre feita pelo próprio S. Luís Grignion.
41) (N. do E.) {Esaú era Jacob}. Por evidente equívoco, a ordem dos nomes foi invertida.
42) (N. do E.) Cf. Gn 27, 1-29.
43) (N. do E.) Adaptação do Salmo 118, 56.
44) (N. do E.) Cf. Jo 19, 27.
45) (N. do E.) “Tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu” (Jo 17, 10).
46) (N. do E.) {vedada}.
47) (N. do E.) {onde se lê “Vedada”, leia-se “defendida”}. A correção, do próprio Autor, foi inserida no texto (ver imagem na próxima página).
48) (N. do E.) “Apodrecerá o jugo por causa (da abundância) do azeite” (Is 10, 27,
da Vulgata).
49) (N. do E.) {como se vós fosseis, digo}.
50) (N. do E.) “Os que trabalham por mim, não pecarão” (Eclo 24, 30).
51) (N. do E.) “Será liberal com os liberais.”
52) (N. do E.) Virgem fiel. Invocação da Ladainha de Nossa Senhora.
53) (N. do E.) “Por um ovo, Ela nos dá um boi.” S. Luís Grignion não cita o nome do autor da frase.
54) (N. do E.) {si, 233}.
55) (N. do E.) {riquezas inexplicáveis, digo}.
56) (N. do E.) {261}.
57) (N. do E.) {261}.
58) (N. do E.) {261}.
59) (N. do E.) {261}.
60) (N. do E.) {261}.
61) (N. do E.) {261}.
62) (N. do E.) {261}.
63) (N. do E.) {261}.
64) (N. do E.) Frederick William Faber (1814-1863) – convertido do anglicanismo em 1845, por influência do Cardeal John Henry Newman, foi ordenado sacerdote em 1847 e ingressou na Congregação do Oratório em 1848. É autor de várias obras, entre as quais All for Jesus (1853, obra mencionada pelo Autor nesta jaculatória), Growth in Holiness (1854), The Blessed Sacrement (1855), The Precious Blood (1860).
65) (N. do E.) Na elaboração de algumas das jaculatórias a S. José e S. Luís, o Autor baseou-se nas orações e notas explicativas que introduzem a festa de cada santo, contidas na edição francesa do Missal Quotidiano. Para a sua conferição, a equipe editorial serviu-se do Missel Quotidien et vespéral, Desclée de Brouwer et Cie., Bruges, 1930.
66) (N. do E.) “Clama, não cesses, levanta como trombeta a tua voz, e anuncia ao meu povo as suas maldades, e à casa de Jacó os seus pecados” (Is 58, 1).
67) (N. do E.) “Ide a José” (Gn 41, 55).
68) (N. do E.) As duas últimas jaculatórias desta “Ladainha” estão na última folha, infelizmente em mau estado de conservação (ver imagem na página anterior).
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